Compreenda os desafios que Moçambique enfrenta e os princípios que guiam a nossa intervenção para construir um futuro mais justo e sustentável.
68,2% da população vive abaixo do limiar da pobreza, com maior incidência nas zonas rurais e no Norte (70,2%). A desigualdade de rendimentos (coeficiente de Gini de 0,51) agrava a vulnerabilidade, exacerbada pela insegurança alimentar e choques climáticos.
46,4% dos moçambicanos consomem água de fontes não seguras. Em Cabo Delgado e Nampula, o uso de poços não protegidos é superior à média nacional. Apenas 11% da população rural tem acesso a saneamento adequado, muito abaixo da média nacional de 26%.
O sistema de saúde enfrenta constrangimentos severos, com uma distância média de 12 km para a unidade sanitária mais próxima. Indicadores como mortalidade materna (289/100.000) e desnutrição crónica (>35%) continuam alarmantes.
A violência baseada no género e o casamento prematuro são generalizados. 48% das mulheres casam antes dos 18 anos, chegando a 61% em Cabo Delgado. As mulheres enfrentam barreiras no acesso à educação, emprego e saúde, com serviços de resposta à VBG subfinanciados.
Apenas 18,9% da população completou o ensino primário. O analfabetismo atinge 38% (49% entre mulheres), com picos de 74% entre mulheres em Cabo Delgado. O rácio aluno-professor em Nampula é de 75:1, contribuindo para altas taxas de abandono escolar.
Moçambique é extremamente vulnerável a choques climáticos. Nos últimos 6 anos, ciclones e inundações afectaram quase 2 milhões de pessoas no Norte. O conflito em Cabo Delgado já deslocou mais de 1 milhão de pessoas, sobrecarregando os serviços básicos.
Recursos públicos limitados, dificuldade em reter pessoal qualificado no Norte e dependência da ajuda externa comprometem o desenvolvimento. Lacunas em infraestruturas como estradas e eletricidade nas zonas rurais agravam os desafios.